sábado, 19 de janeiro de 2013

Um homem em uma missão UFC on FX 7.

Um homem em uma missão. É assim que o peso médio Vitor Belfort se imagina neste final de semana em que ele fará a luta principal do UFC-SP, no Ginásio do Ibirapuera.

O lutador da Blackzillians variou o cardápio de metáforas e se comparou a um navio da Marinha Americana, que segundo ele cumpre o que está previsto independente de política, e também fez um comparativo a um alpinista pronto para escalar o Monte Bisping, que leva o nome de seu adversário no UFC on FX 7.

Mas o “Fenômeno” tem mais planos em sua mente do que apenas derrotar o azarão Michael Bisping. Vitor é extremamente competitivo e sente que ainda pode conquistar mais um cinturão no Ultimate. Seria o terceiro da sua vitoriosa carreira em que venceu um torneio de pesos pesados e o título dos meio-pesados.

Ele se recusa a tocar no assunto, mas planeja impor uma derrota ao inglês capaz de impressionar a cúpula do evento e assim obter nova oportunidade pela disputa do ouro dos pesos médio. Quando me refiro ao ouro, tenho em minha mente a imagem do cinturão que é ostentado por Anderson Silva.

O objetivo de Belfort é provar ao mundo que ele é um lutador tão ou mais fantástico que o ‘Aranha’ – contra quem lutou e acabou nocauteado por um chute frontal que atingiu a sua boca no primeiro round da luta que recebeu mais atenção da mídia brasileira do que qualquer outra peleja realizada em uma jaula.

Vitor fez mais pelo esporte do que Anderson no que tange a divulgação das artes marciais mistas nos cenários nacional e internacional e por isso não se contenta com um final de carreira que não seja no topo. Sua ganância é tanta que ele se aventura até na categoria de cima, a dos meio-pesados, onde foi derrotado pelo campeão Jon Jones.

Tenho de concordar com o veterano que auto-proclama uma empresa. Belfort é disparado o melhor boxeador até 84kg e tem amarrada na cintura uma faixa preta de jiu-jitsu concedida por Carlson Gracie, graduação que o distingue da grande maioria dos concorrentes.

Sem medir esforços para a realização do objetivo, o carioca mudou-se para a Flórida onde encontrou material humano suficiente para exigir dele a melhor preparação para uma luta. E não foi uma mera luta contra o mediano Michael que o motivou a sair de sua zona de conforto, convenhamos.

The Phenom quer impressionar, sabe que tem de impressionar. Por isso ele quebrou o código de conduta que ostenta com sua verborrágica argumentação. Numa tentativa de chamar para si a atenção dos fãs e dos promotores da luta, ele deu um chega-prá-lá no rosto de Michael ao final conferência de imprensa.

Os mais afobados podem pensar que foi um gesto impensado, mas não, não foi. Vitor sabe que ainda há ingressos disponíveis e quer o Ibirapuera lotado para que o público presencie uma apresentação irretocável de um lutador focado em um objetivo que não depende somente dele: a revanche contra Anderson Silva.

O desfecho dessa história determinará o futuro da categoria peso médio. Se vencer, Belfort terá de fazer mais uma luta ou contará com uma combinação de fatores para que seja anunciado como o próximo da fila de Anderson. Se perder, o que é improvável, verá o inglês fazer a luta dos sonhos contra o Aranha possivelmente na Inglaterra.

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